Não estou falando daquele carioca propagado pela mídia, por grandes escritores e músicos, aquele sambista malandro, ou a passista gostosona, nem do surfista ou da gatinha da praia, ou do torcedor de futebol que mora no Maracanã.
Falo do verdadeiro carioca ou seríamos mesmo todos (nós cariocas) amantes do samba, adoradores do futebol e praianos por natureza?

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O RIO QUE NINGUÉM QUER VER


Operação de novembro de 2011 apreende
armas e pedras de crack (Jadson Marques)

Em janeiro deste ano deste ano, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes assinaram um acordo de adesão ao “plano integrado de enfrentamento ao crack” lançado pelo governo federal.

O plano tem o objetivo de aumentar a oferta de tratamentos de saúdes e cuidados aos usuários da droga, combate ao tráfico e as organizações criminosas e ampliação das atividades de prevenção.

Mas na realidade do dia a dia dos cariocas, não é o que vemos, as ações são simplesmente para retirada dos pontos de uso de drogas, que logo após as ações voltam a existir. Não há locais suficientes para abrigo e tratamento dos usuários que são recolhidos na rua.


Papelotes de crack com a foto de jogador
Ronaldinho Gaucho (UOL Notícias)

O programa de recolhimento de viciados da prefeitura, que está a um ano em funcionamento,  já fez 3.671 acolhimentos nas 77 operações realizadas (mais imagens), desde março do ano passado. Desse total, 552 são menores. Atualmente, há 119 menores abrigados compulsoriamente. A secretaria oferece quatro Centros Especializados de Atendimento à Dependência Química, que contam com 194 vagas para menores.

Atualmente apenas os menores são internados compulsoriamente. Os maiores são convidados a ir ao um centro de acolhimento e só fazem o tratamento de desintoxicação de forma espontânea. Muitos aceitam a ir aos centros, onde recebem alimentação, tomam banho, mas, quando chega à crise de abstinência, voltam às ruas.
Especialistas contestam não a internação compulsória, mas sim o que é feito após essas internações. Os usuários precisam de acompanhamento e todo o tipo de ajuda após a internação, o que não ocorre.

No Rio, a prefeitura reconhece nas áreas do Jacarezinho, Manguinhos e Morro do Cajueiro (Madureira), as maiores áreas de consumo de crack, as conhecidas “cracolândias”, mas a verdade é que a cidade está repleta desses pontos. O crack é uma praga que se espalha rapidamente, principalmente, nos grandes centros urbanos. Seu baixo custo em comparação as outras drogas faz com que seu consumo seja aderido mais rapidamente.
O grupo de usuários se mistura ao lixo no Jacarezinho Pablo Jacob / O Globo
 
No Rio que ninguém quer ver, principalmente nossos governantes, o crack se espalha como “rastilho de pólvora”, rápido e destruidor. Ações eficientes e eficazes precisam ser tomadas imediatamente, não dá mais para fechar os olhos e dizer que não viu.

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